Para a garçonete
A dona do bar gosta de causar embriaguez
Sorri e faz o serviço
Pelo vício
Pela obrigação
E um tanto pela felicidade
Gosta de música e de vento
Mas de vento nem tanto assim
Pessoa vivida!
De pinga, de alma, de cerva e desgraça!
Devia ser poeta.
Ou filósofa de butiquim
A vida do boteco...
Seria uma deusa se fosse mais justa
Mas bem lá no fundo mesmo
Ainda é criança
Criança adulta
E recém-nascida
Queria mesmo prestar atenção em seus olhos
Acontece que seu sorriso é heroína
E merece mais do que uma tentativa de poesia.