FUGA

Não veja, veja, não veja.

Nada de alienação.

Teleguiado não seja,

fuja da conspiração,

pois o sistema deseja

sua eterna escravidão.

A inércia do poder

buscando se eternizar

amordaça, algema e venda

faz tudo pra perdurar.

Faz cegos, surdos e mudos,

mata quem não concordar.

É a lei do absurdo,

do poder absoluto,

poesia, canto, viola,

viola todo o estatuto.

Luto, mas ninguém me escuta

sempre vence a força bruta.

Teleguiado não seja.

Nada de alienação.

Não veja, veja, não veja,

fuja da conspiração,

pois o sistema deseja

sua eterna escravidão.

Onde o sim deve ser dito

ai de quem disser o não.

Todo mundo vive aflito

faz -se mais forte o perdão.

Onde perdura o pecado

perde o sentido a razão.

A mão que afina a cantiga

sempre aflita, amarga, amiga,

vai segurando uma figa,

reza, prece bizantina,

a fé causando cegueira

nublando toda a retina.

Não veja, veja, não veja.

Fuja da conspiração.

Teleguiado não seja.

Nada de alienação,

pois o sistema deseja

sua eterna escravidão.

Não há nenhum teorema,

nem segredo, nem mistério.

Tudo gira em um complô,

vão construindo um império,

girando a roleta russa

como tudo fosse sério.

Com interesses escusos,

longe de olhares atentos

vão cometendo abusos,

e não vão a passos lentos.

Os milagres são absurdos

e os santos são peçonhentos.

Fuja da conspiração,

teleguiado não seja.

Não veja, veja, não veja.

Nada de alienação,

pois o sistema deseja

sua eterna escravidão.

Saulo Campos – Itabira MG

Saulo Campos
Enviado por Saulo Campos em 28/10/2015
Código do texto: T5430298
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