Palavras: O Dizer da Alma.

(((Primeiro ato - TRILOGIA PALAVRAS.)))

Olá pedaço de papel, olá meu velho amigo!

Aquele que por vezes compartilhou minhas lamúrias e felicidades

Pálido e silencioso, o porta-voz das emoções, o abrigo da minha alma

Onde ficar por muito é cárcere, mas que por vezes visitar me traz conforto

Uma prisão de emoções com as paredes fraseadas, estas incautas

Construídas por palavras, sim, apenas palavras

Escrever é construir uma prisão de sensações, viver é tentar não ficar preso

Nos rascunhos, tem-se à alma, palavra por palavra por vezes atropelada

Do passado, presente ou do futuro, sim, são palavras de uma existência

Esquecida, renascida ou apenas uma emoção nunca antes vivida

Palavras encarnadas no papel, ou simplesmente no ar

Vestindo à alma, ou simplesmente ditas sem censura

Nossa voz do espírito, nosso dizer da alma, tudo aqui, em palavras

Não importando-se com ortografia ou semântica, apenas com a expressão

Vocalize-se, inspire-se e escreva! Pois o ser é feito e vivido por palavras

Emoções, estados, acertos e muitos erros, que por vezes tornam-se aprendizados

Lições que marcam, ferem e cicatrizam-se com o tempo, porém nunca apagado, o dito não volta

Palavras são para corações vividos e não calados, o pulsar do sangue que me ergue todos os dias

Palavras são inspirações com forma, todo o desejo que se abstém de pré-requisito para existir

Palavras escritas, e logo após declamadas, poeticamente percorrem o seguinte curso...

Criam-se na mente, o nascer é incógnito, são o todo como o ser, e por isso, sempre há o motivo do nascer

Vingam no pulmão, prestes a saírem, encontram o impulso necessário para serem sopradas aos ouvidos alheios

Saem pela boca, beijando nossos lábios. Sim! Existem palavras que nos beijam ao seu alvorecer

Colidem com ouvidos, nessa colisão, talvez, deformam-se, mas alguns absorvem a essência e alimentam sua alma

Palavra,

A algoz do silêncio,

A expressão,

A emoção,

A razão,

O todo,

O tudo,

A alma sibilada