ERA UMA PORTA...
Era uma porta no fim de um corredor,
Saída única para um lugar que não se conhecia,
Dentro um vazio, mas lá fora não se sabia,
Os sonhos mais doces de verão foram um a um tragados pelo inverno,
O vento que entrou traiçoeiro pela janela, lambeu as lembranças escritas em papeis sobre a mesa,
Cartas de sonhos, esperança e dias melhores,
Era uma porta sem espelhos, entretanto a madeira sofrida refletia os medos,
Eram feridas pela casa que guardava um sangrento coração,
Julgado pelos erros que por mais que tentasse não poderia abandonar,
Porque os atos se vão, mas as marcas ficam,
Era flor artificial desejando vida,
Moinho de vento ansiando brisa,
Era uma porta que protegia do desconhecido,
E me aprisionava com as lembranças de todas as desilusões,
Coração com sede de amor e medo de amar,
O vento que entrava pela janela anunciava a vida que havia do outro lado,
Os papeis jogados ao chão eram os sonhos que ficaram para trás,
E a porta uma dúvida, um sim ou não, uma chance de recomeçar.