AVESSOS
AVESSOS
Atitudes do avesso
Avessos a beleza
Testemunho diuturnamente
Nessa vida de meu deus
Aos poucos vai-se dando adeus
As razões do existir
Se é que algum dia existiram
Atiramo-nos aos tiros
As balas de fel
A estragar o mel
Da doce vida
E não há mais guarida
Em qualquer dos pontos cardeais
Em portos do além mar
Em terras esferais
Que possam amenizar
Feridas profundas
Que parecem jamais cicatrizar
E purgam o pus
Coberto pelo capuz
Do terror a céu aberto
Que nos faz não libertos
Da cupidez
Da estupidez
Da desfaçatez
Que invade as entranhas
Mais mas muito mais
Do que na superficialidade da tez
E traz vontades estranhas
Ignomínia
Sem fronteiras
Em quaisquer instâncias
Numa apavorante constância
Que nos faz duvidar
Do que é ser humano
Será que é ser algoz
Violentamente atroz
Repleto de desamor
Olvidando o amor
Ouvir o rufar do tambor
Anunciando a execução
E gozar em sangue
Corpos exangues
Débeis em estupor
Ou convulsionados
Estirados sem sentidos
Entregues a bandidos
Que não estão a cruz ao lado
Mas espalhados
Aos quatro cantos
Sem encantos
A não ser
O deixar de ser
E fazer sofrer
Com regozijo
E deixar rijos
Corações abatidos
Enfim
Oremos para o não fim