MINHAS LOUCURAS

Eu acordo e logo abrindo os olhos

recordo que estou vivo...

e ao mesmo tempo que vivo, penso estar morrendo...

penso que nos despedimos de pessoas que não vemos

mas não penso como elas se despendem de nós que absolvemos

que há muito tempo já não fazem questão de nos ver

talvez para não morrerem envenenadas por suas lágrimas poluídas

que ao nos absolver de suas culpas cridas

se asfixiam por suas mentiras claustrofóbicas e com retenções hídricas

pós e após pé ante pé assim vamos nos despindo

nós entre os nós dos terços e lágrimas se despedindo

De que adianta terço nas mãos

Se com as mesmas mãos matamos outros sem os terçados mentais

Falam de perdão mais se fecham como camaleões

Amam a todos mais os leões da hipocrisia está nas suas portas

Pérfidos são suas retidões pois quando passamos o bote levamos

Perante o dia são passarinhos que voam em alegria

Mas, quando em bandos ruminam aladas poesias

Só pensam em dinheiro e poder martelam os pregos

Gastam mil luzes a noite só para ter o prazer inverossímil

De ver o morcego morrer cego

viagem? Pra onde? Quem voltou? Seja bem vindo...

De que forma voltou seria a resposta?

Sou este ser que sobreviveu a esta facção do mal

Precisei ser preciso para deles não precisar

Meu lar meu expurgo

O que mais odeio é não precisar do demiurgo

Queria que amanhá sempre fosse feriado para quem ama

Queria é apenas o excesso do que eu poderia ter sido

Amanhã é uma parte a parte de ter-me repartido, faz parte

De minha arte ter-me sido e amanhecido em qualquer parte

Sexo! Entradas e saídas ruídos

Gestos e gestações úteros se contraindo

Futuras gerações a caminho

A verdade é que com o tempo em moratória sumimos

Sabe-se lá Deus para onde?

Sempre encontramos crianças na manjedoura

Que nascem e logo dizemos é fulano que voltou...

Sexo a pílula doura!

A verdade é que o sexo é uma religião oculta

Que faz viver aqueles que na imaginação uterina

Voltam sempre como uma sagrada puta

Porque entre milhões de espermatozoides

Só um nasce entre milhões ou bilhões

Que estão nadando entre as estrelas

Agora entre ser ou não ser

Depende de quem é ou não é uma que brilha ofuscante

Antes mesmo de no céu Deus escreve-la...

Jasper Carvalho
Enviado por Jasper Carvalho em 25/10/2015
Código do texto: T5426314
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