NAUFRAGO NA ILHA DA SOLIDÃO

Derivando de águas profundas,

onde o mar elevou suas ondas

tão alto que parecia beijar as estrelas

que no céu brilhavam

e iluminavam a noite.

Brancos grãos de areia da praia,

qual límpido tapete sob os pés,

enaltecendo a vida salva do infortúnio

da nau que no fundo do oceano agora habita.

Nas pedras,a espuma borbulhante festeja

inconsciente de tragédia horas antes ocorrida.

Nas águas multicoloridas,

libertas alçam voo, as gaivotas,

únicas companheiras neste mar errante.

Perdido e naufrago nesta ilha da solidão,

com o vento a assanhar o cabelo,

com a brisa que insiste em molhar o corpo

enquanto o socorro demora chegar

Lembranças das tormentas,

onde de revolto o mar agora parece se acalmar,

satisfeito com as oferendas das vidas

daqueles que se atreveram desafiar o mar

sem esperar a segurança de ventos mais propícios.

E se o medo me dominou,

assustado pelos fortes ventos,

devo aprender a refletir sobre o infortúnio,

guardar as lições das ondas do mar,

da brisa do vento e da imensidão do oceano.

Que a cada dia seja marcado pela lembrança:

“Eis que a vida é bela e curta em demasia

para ficar lamentando

as embarcações que passaram

e depois naufragaram no oceano do meu coração.”

Antes pensar na felicidade de ser sobrevivente

e entusiasmar-se por poder acordar e rever a beleza do mar

respirar e rever o sol todos os dias.

Mesmo na ilha da solidão, a esperança me faz companhia!

Sezar Kosta
Enviado por Sezar Kosta em 24/10/2015
Reeditado em 24/10/2015
Código do texto: T5425219
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