QUANTAS VEZES...
Quantas vezes subimos o monte
e ali do alto, perto das nuvens
contemplando as distancias
encerrados em nós, choramos
diria eu, um ato necessário
triste e também solitário
porque afinal todas as contas
acertamos é conosco mesmo
E que ninguém veja nossas lágrimas
a jorrar
do quanto somos patéticos e frágeis
E conscientes da falta de testemunhas
lamentamos no monte as nossas perdas
os erros, as culpas, os medos
e choramos por nós, e por vós
até que a torrente libertária esvaia-se
Depois de acalmada a tempestade
vestimos novamente a esperança
nesta humanidade que trazemos em nós
E termina aqui o mundo
É hora de descer o monte
Renascendo o novo mundo