DESADAPTADO
DESADAPTADO
O mundo não é mais o mesmo
Eu também não
Enquanto tudo se acelera
Eu me reduzo
A dificuldades de adaptação
Não quero tantas notícias
Sejam lá boas ou más
Não quero estar antenado
A tudo e todos
Não quero sons e imagens alterados
Por truques tecnológicos
Afinal nem sou analógico
Sou mecânico
Ouço, falo, sinto, saboreio
Ao vivo, sem floreio
Adoro um olho no olho
Não há tela luminosa
Que substitua
Adoro ao vivo a lua
Andar de cabeça erguida na rua
Desfrutando a paisagem
Gente de passagem
A cada bom dia uma homenagem
E sem querer parecer ultrapassado
Olhar o passado sem melancolia
E sentir saudade
Das velhas amizades
Dos bate papos de boca
E não de dedos
Com os amigos reais
E não virtuais
Podendo desfrutar de um abraço
Um beijo, um afago
E não um “zapzap”
Com carinhas sem carinho
E além de tudo sozinho