DESADAPTADO

DESADAPTADO

O mundo não é mais o mesmo

Eu também não

Enquanto tudo se acelera

Eu me reduzo

A dificuldades de adaptação

Não quero tantas notícias

Sejam lá boas ou más

Não quero estar antenado

A tudo e todos

Não quero sons e imagens alterados

Por truques tecnológicos

Afinal nem sou analógico

Sou mecânico

Ouço, falo, sinto, saboreio

Ao vivo, sem floreio

Adoro um olho no olho

Não há tela luminosa

Que substitua

Adoro ao vivo a lua

Andar de cabeça erguida na rua

Desfrutando a paisagem

Gente de passagem

A cada bom dia uma homenagem

E sem querer parecer ultrapassado

Olhar o passado sem melancolia

E sentir saudade

Das velhas amizades

Dos bate papos de boca

E não de dedos

Com os amigos reais

E não virtuais

Podendo desfrutar de um abraço

Um beijo, um afago

E não um “zapzap”

Com carinhas sem carinho

E além de tudo sozinho

Arnaldo Ferreira
Enviado por Arnaldo Ferreira em 23/10/2015
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