VIDA - RABAVENTO
VIDA - RABAVENTO
Solto o corpo no prazer do sol,
Sou rabavento no meu pensar,
Sinto o vento que me que palpa,
Na palpação me afirmo rabavento.
O deserto no por do sol é belo,
Cheio de drogados nos bancos,
Atletas que correm na pista circular,
Idosos em suas caminhadas senis.
A vida aparece nas sombras sob as rochas,
Das entranhas da terra e nas sombras há vida,
Que se mistura ao som dos tambores,
Dos motores das motos loucas e loucos,
O som é tão rabavento quanto eu,
Somos acariciados e levados pelo invisível.
Na voz do contador de historias em extinção
Junta multidão ao redor das fogueiras elétricas,
A história ganha nome e muda de forma,
Recebe nome em americanizado e ironiza,
Perde-se a lição de moral da vida,
A moral virou rabavento e partiu, sumiu.
O deserto adquiriu vida em todas as formas,
Morais e amorais e quem sabe mutante.
Sou vida e sinto a vida por todos os lados.
Sou uma semente da criação num deserto,
Sou grão de areia único num vasto deserto,
Composto por milhares de fractais de vida.
Sinto o sol que se põe na eternidade do segundo,
Sinto o vento quente do deserto e sou gente
Uma serpente passa por mim ignorando o mundo
Nossos olhos se cruzam na fração do instante
Saúdo-a afinal somos vida.
André Zanarella 31-03-2014
Rabavento
Que vai à direção do vento (voo da ave).
Fractal
Cuja criação ou forma só encontra regras na irregularidade ou na fragmentação.