Misoginia

Sempre questionei minha auto-estima
Uma gangorra incontrolável que me confunde
Agora me questiono o porquê dela ser baixa
Parece que contratei o amor e você o controle

Sempre do mesmo jeito, sem qualquer ponderação
Primeiro você me ama e depois me maltrata
E para que tamanha desvalorização
Eu busco o amor e proteção como criança

Vilipêndios, torturas emocionais, violência
Ao invés de uma verdadeira troca de experiência
Vejo-me confusa, oprimida e patética
E com o passar do tempo me vejo cética

Desvalorizando o que mais sonhei na vida
Deixando de lado minha própria ferida
Mentindo todos os dias para eu mesma
Temendo a indecisão de uma certeza

* Paula Macarenco
é pianista, jornalista, escritora e editora-chefe da Revista Cultura
Paula Macarenco
Enviado por Paula Macarenco em 23/10/2015
Código do texto: T5424206
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