Permanência
 
O dia passou vestido de prata
para, depois de sumir na poeira,
anunciar que comeu pela beira
todo resto dessa vida ligeira
que enferruja qual pedaço de lata.
 
A perenidade, frágil ilusão
que se entremeia nas mentes humanas,
que inspira esse turbilhão de proclamas,
esse arder-se entre as nuances de chamas
a submergirem nas entranhas do chão.
 
A transitoriedade é a regra
cuja senda do destino não nega.
Pois que se frua de forma arraigada
o que valoroso for na jornada:
há coisas que nem o tempo apaga.
 
Fábio Amaro
Enviado por Fábio Amaro em 21/10/2015
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