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ENCHARCADO DE PERFUME
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À beira da minha cama,
paisagem nebulosa,
estendeu-me a sua mão.
O perfume - como um rio que desliza sangue-.​

_ O quê? - espantada bradei.

O seu corpo era tão pálido e frio feito um mármore, sem asas,
os olhos esbranquiçados,
rasgados,
pareciam invertidos.
A sua mão continuava estendida
enquanto apoiava o corpo côncavo num cajado.

Atalhei qualquer diálogo, pedi para que fosse embora. Mas permaneceu intacto com a sua mão estendida.

_ Perdoa-me... - disse.

Indaguei o motivo, mas disse-me mais uma vez: _ Perdoa-me...

Os olhos, despidos de vida, pareciam focados, acredita?
Continuou, oferecendo-me a mão.

_ Repito-te: perdoa-me...

Fechei os olhos e tomei coragem! Toquei-lhe a mão fria...

Dissipou-se ainda mais frio. Foi-se, antes mesmo que a própria voz!



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oOoll NOTURNA lloOo
Enviado por oOoll NOTURNA lloOo em 20/10/2015
Código do texto: T5420895
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