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ENCHARCADO DE PERFUME
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À beira da minha cama,
paisagem nebulosa,
estendeu-me a sua mão.
O perfume - como um rio que desliza sangue-.
_ O quê? - espantada bradei.
O seu corpo era tão pálido e frio feito um mármore, sem asas,
os olhos esbranquiçados,
rasgados,
pareciam invertidos.
A sua mão continuava estendida
enquanto apoiava o corpo côncavo num cajado.
Atalhei qualquer diálogo, pedi para que fosse embora. Mas permaneceu intacto com a sua mão estendida.
_ Perdoa-me... - disse.
Indaguei o motivo, mas disse-me mais uma vez: _ Perdoa-me...
Os olhos, despidos de vida, pareciam focados, acredita?
Continuou, oferecendo-me a mão.
_ Repito-te: perdoa-me...
Fechei os olhos e tomei coragem! Toquei-lhe a mão fria...
Dissipou-se ainda mais frio. Foi-se, antes mesmo que a própria voz!
ENCHARCADO DE PERFUME
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À beira da minha cama,
paisagem nebulosa,
estendeu-me a sua mão.
O perfume - como um rio que desliza sangue-.
_ O quê? - espantada bradei.
O seu corpo era tão pálido e frio feito um mármore, sem asas,
os olhos esbranquiçados,
rasgados,
pareciam invertidos.
A sua mão continuava estendida
enquanto apoiava o corpo côncavo num cajado.
Atalhei qualquer diálogo, pedi para que fosse embora. Mas permaneceu intacto com a sua mão estendida.
_ Perdoa-me... - disse.
Indaguei o motivo, mas disse-me mais uma vez: _ Perdoa-me...
Os olhos, despidos de vida, pareciam focados, acredita?
Continuou, oferecendo-me a mão.
_ Repito-te: perdoa-me...
Fechei os olhos e tomei coragem! Toquei-lhe a mão fria...
Dissipou-se ainda mais frio. Foi-se, antes mesmo que a própria voz!