DES’CASO
 
 
Fascínio por todo
vestido usado
qualquer peça dela
caída poderia
ser vendida
nos preços
endereços da calçada
toda moeda servida
aos pobres de luxo
teriam teus fluidos
sem pagar nada
podem olhar
podem vestir
mas pra levar
terão que pagar
custa caro
o vaso raro
donde saiu tal liquido
encontra-se vazio
quem eu possa
por no lugar
será merecida
depois de comprada
pela mesma quantia
que ganharei
dela agora vendida
aos pedaços
"sejam morcegos
quando terem-na"
não levem nada
nada é tão leve
que não fosse
outro doce largado
ao lagarto camaleão
que na hora da troca
confundiu um não
ficou  naquilo que surgiu
entregou  aparências
brotando
na decência farsante
deselegante voz que sai
do louco que por dentro
é outro sonhando.