Da Ternura - II
Soneto da Ternura - II
Eu necessito escavar a mesma ternura
que me jorrava rios de lágrimas no olhar...
que era, ao mesmo tempo, líquida e dura...
que escorria necessidade de amar.
Necessito molhar a razão nessa loucura
antes da racionalidade me secar
pois essa água do coração, assim tão pura,
também consegue me tornar puro ao chorar.
Necessito sentir essa dor que me desperta...
que me acorda para a paz da dor alheia;
e que só me encha os olhos, a alma cheia
das lágrimas de amor que meu olhar oferta
para qualquer olhar de outra alma deserta
onde a ternura seca sob a areia.
19-10-2015