_________________________________________
SEMPRE A CANTAR O TAMBOR
_______________________________________



No dorso, cordas...

A matilha feroz persegue o homem já desprovido de asas!
De que é feito o corpo quando, expostos,
estão os nervos rubros feito cordas de um fantoche?

A matilha fareja, embriagada pelo sangue,
mandíbulas rasgam na pele um largo deserto de asas...

E no dorso, cordas!

De que é feito o homem à beira da própria finitude?
Ah, o suspiro intraduzível da descrença,
oração vazia daqueles que já perderam tudo!

A matilha feroz persegue a carcaça quase sem vida.
Movimenta-se a carcaça em estalos,
como galhos secos que se quebram
ao primeiro comando do vento.

Sempre a cantar o tambor para que os corpos se curvem para o chão...
E dita o ritmo: ao caminho do pó!

Finda-se mais um dia...
E o canto celestial da noite vai embalando os sonhos,
morre por fim mais uma célula e
nasce às tormentas das cordas um novo homem!
(caminhando em meu blog, repostando aqui algumas poesias lá escritas...)​​
 
oOoll NOTURNA lloOo
Enviado por oOoll NOTURNA lloOo em 19/10/2015
Código do texto: T5419983
Classificação de conteúdo: seguro
Copyright © 2015. Todos os direitos reservados.
Você não pode copiar, exibir, distribuir, executar, criar obras derivadas nem fazer uso comercial desta obra sem a devida permissão do autor.