Regras para bem viver
Pára de ficar rezando e batendo no peito,
Deus quer que saias, que corras o mundo,
Que desfrutes da vida, que gozes, que cantes,
Com este tudo que fez para que te encantes,
Que não percas nem mesmo um único segundo,
Detido como se Lhe faltasses com o respeito.
Pára de ir a templos lúgubres, obscuros e frios
Que tu construíste e acreditas ser a Sua casa,
Que está nas montanhas, nascentes, nos lagos,
Nos bosques, no vôo e no canto dos pássaros,
Que é onde Ele expressa o amor que não passa,
Onde Ele vive, como se um peixe a nadar no rio.
Pára de O culpar por tua vida miserável, agora,
Ele nunca disse que há algo mau em ti ou que eras
Um pecador, ou que tua sexualidade não fosse boa...
O sexo é um presente que Ele te deu e que ressoa,
Como sino a expressar teu amor, tuas quimeras
E alegria, não O culpe pelo que acredites, embora.
Pára de ficar lendo supostas sagradas escrituras
Que nada têm a ver com Ele. Se não podes lê-Lo
Num amanhecer ou paisagem, nos olhos de amigos
Ou de teu filho adormecido, não O encontrarás contigo
Em nenhum livro, Nele confia, mesmo que sem vê-Lo,
Deixa de pedir, Ele saberá conceder-te bênçãos futuras.
Pára de ter tanto medo dEle, pois Ele não te julga,
Ele não te critica, não Se irrita, não te incomoda,
Muito menos te castiga, pois Ele é o puro amor doado.
Pára de Lhe pedir perdão, não há nada a ser perdoado.
Se Ele assim te fez e te enche de paixões, te açoda
De limitações, de prazeres, de sentimentos de culpa,
De necessidades, de incoerências, de livre-arbítrio,
Como poderia te culpar por algo que Ele pôs em ti?
Como poderia te castigar por seres como és, afinal,
Se foi Ele quem te fez? Crês que poderia causar mal,
Criar um lugar para queimar a todos Seus filhos, a ti,
Que não se comportem, por tempo infinito de martírio?
Esquece qualquer tipo de mandamento ou de lei,
São artimanhas para te manipular, para te controlar,
Para gerarem sentimentos de culpa em tua vida,
Contudo, respeita teu próximo e faça que seja devida,
Não faças jamais o que não queiras para ti e prestar
Mais atenção a tua própria vida e não às de tua grei.
Esta vida não é uma prova, nem um degrau,
Nem mesmo um passo no caminho ou um ensaio,
Muito menos um prelúdio para o paraíso. Esta vida
É tudo que há aqui e agora, e o único que precisas.
Ele te fez livre, não há prêmio nem castigo de soslaio,
Não há pecado nem virtude, ninguém é bom ou mau.
Ninguém leva um registro, ninguém leva um placar,
És livre para fazer de tua vida um céu ou um inferno,
Não te poderia dizer se há algo após esta vida atual,
Mas posso te dar um conselho: Vive-a como se, afinal,
Após ela nada mais houvesse, como se fosse um inverno,
À espera da primavera para florescer, existir e amar.
Se não há nada, terás aproveitado da oportunidade
Que Ele te deu. E, se houver, tenha absoluta certeza
Que Ele não vai perguntar se foste comportado ou não,
Mas se gostaste, se te divertiste, se viveste tua paixão,
Se gozaste e te enterneceste com a tamanha beleza,
Se foste feliz, se também desfrutaste desta felicidade.
Pára de crer nEle - crer é adivinhar, imaginar, é supor.
Ele não quer que acredites nEle e sim que só te sintas
Nele, quer que O sintas em ti quando beijas tua amada,
Quando agasalhas os teus filhos, quando és acariciado,
Quando tomas banho no mar, quando bailas ou pintas,
Ou quando declamas teus inspirados versos de amor.
Pára de louvá-Lo! Que tipo de Deus ególatra tu acreditas
Que Ele seja? Ele se aborrece a cada vez que O louvaria,
Ele Se cansa que tanto agradeçam. Tu te sentes grato?
Demonstra-o cuidando bem de ti, de tua saúde, de fato,
De tuas relações, de todo mundo... Expressa tua alegria,
Esse é o jeito de O louvar, mostrar que sempre O fitas.
Pára de complicar as coisas e de repetir como demente
O que falam sobre Ele. A única certeza é que estás aqui,
Que estás vivo e que este mundo é cheio de maravilhas,
Que não precisas de milagres, não estás preso numa ilha,
Não O procures fora, jamais O acharás vagando por aí.
Procura-O dentro de ti... Ali é que Ele está, eternamente!
(Baseado em texto de Baruch Espinoza – 1632-1677)
Pára de ficar rezando e batendo no peito,
Deus quer que saias, que corras o mundo,
Que desfrutes da vida, que gozes, que cantes,
Com este tudo que fez para que te encantes,
Que não percas nem mesmo um único segundo,
Detido como se Lhe faltasses com o respeito.
Pára de ir a templos lúgubres, obscuros e frios
Que tu construíste e acreditas ser a Sua casa,
Que está nas montanhas, nascentes, nos lagos,
Nos bosques, no vôo e no canto dos pássaros,
Que é onde Ele expressa o amor que não passa,
Onde Ele vive, como se um peixe a nadar no rio.
Pára de O culpar por tua vida miserável, agora,
Ele nunca disse que há algo mau em ti ou que eras
Um pecador, ou que tua sexualidade não fosse boa...
O sexo é um presente que Ele te deu e que ressoa,
Como sino a expressar teu amor, tuas quimeras
E alegria, não O culpe pelo que acredites, embora.
Pára de ficar lendo supostas sagradas escrituras
Que nada têm a ver com Ele. Se não podes lê-Lo
Num amanhecer ou paisagem, nos olhos de amigos
Ou de teu filho adormecido, não O encontrarás contigo
Em nenhum livro, Nele confia, mesmo que sem vê-Lo,
Deixa de pedir, Ele saberá conceder-te bênçãos futuras.
Pára de ter tanto medo dEle, pois Ele não te julga,
Ele não te critica, não Se irrita, não te incomoda,
Muito menos te castiga, pois Ele é o puro amor doado.
Pára de Lhe pedir perdão, não há nada a ser perdoado.
Se Ele assim te fez e te enche de paixões, te açoda
De limitações, de prazeres, de sentimentos de culpa,
De necessidades, de incoerências, de livre-arbítrio,
Como poderia te culpar por algo que Ele pôs em ti?
Como poderia te castigar por seres como és, afinal,
Se foi Ele quem te fez? Crês que poderia causar mal,
Criar um lugar para queimar a todos Seus filhos, a ti,
Que não se comportem, por tempo infinito de martírio?
Esquece qualquer tipo de mandamento ou de lei,
São artimanhas para te manipular, para te controlar,
Para gerarem sentimentos de culpa em tua vida,
Contudo, respeita teu próximo e faça que seja devida,
Não faças jamais o que não queiras para ti e prestar
Mais atenção a tua própria vida e não às de tua grei.
Esta vida não é uma prova, nem um degrau,
Nem mesmo um passo no caminho ou um ensaio,
Muito menos um prelúdio para o paraíso. Esta vida
É tudo que há aqui e agora, e o único que precisas.
Ele te fez livre, não há prêmio nem castigo de soslaio,
Não há pecado nem virtude, ninguém é bom ou mau.
Ninguém leva um registro, ninguém leva um placar,
És livre para fazer de tua vida um céu ou um inferno,
Não te poderia dizer se há algo após esta vida atual,
Mas posso te dar um conselho: Vive-a como se, afinal,
Após ela nada mais houvesse, como se fosse um inverno,
À espera da primavera para florescer, existir e amar.
Se não há nada, terás aproveitado da oportunidade
Que Ele te deu. E, se houver, tenha absoluta certeza
Que Ele não vai perguntar se foste comportado ou não,
Mas se gostaste, se te divertiste, se viveste tua paixão,
Se gozaste e te enterneceste com a tamanha beleza,
Se foste feliz, se também desfrutaste desta felicidade.
Pára de crer nEle - crer é adivinhar, imaginar, é supor.
Ele não quer que acredites nEle e sim que só te sintas
Nele, quer que O sintas em ti quando beijas tua amada,
Quando agasalhas os teus filhos, quando és acariciado,
Quando tomas banho no mar, quando bailas ou pintas,
Ou quando declamas teus inspirados versos de amor.
Pára de louvá-Lo! Que tipo de Deus ególatra tu acreditas
Que Ele seja? Ele se aborrece a cada vez que O louvaria,
Ele Se cansa que tanto agradeçam. Tu te sentes grato?
Demonstra-o cuidando bem de ti, de tua saúde, de fato,
De tuas relações, de todo mundo... Expressa tua alegria,
Esse é o jeito de O louvar, mostrar que sempre O fitas.
Pára de complicar as coisas e de repetir como demente
O que falam sobre Ele. A única certeza é que estás aqui,
Que estás vivo e que este mundo é cheio de maravilhas,
Que não precisas de milagres, não estás preso numa ilha,
Não O procures fora, jamais O acharás vagando por aí.
Procura-O dentro de ti... Ali é que Ele está, eternamente!
(Baseado em texto de Baruch Espinoza – 1632-1677)