Deusa do Caminho Estranho
Há uma deusa em seu nome.
Não uma das deusas adoradas, como as do amor ou da fertilidade.
Uma deusa que os romanos chamaram de Discórdia.
Incômodo? Talvez.
Mas esta é a sua essência.
Ela não veio a este mundo para harmonizá-lo.
Veio para transtorná-lo. Para chocá-lo, confundi-lo
Veio para desafiar aqueles que a querem em rédeas.
E incomodar as que já estão nelas.
Nem por isso deixa sua meiguice e doçura de lado
É uma gata manhosa à procura de carinho.
Dona de um sorriso estonteante, brinca com aqueles que tentam conquistá-la.
Pobres coitados!
Não conhecem suas manhas. Não compreendem sua alma irrequieta.
Ela é ávida por plenitude.
Não se contenta com pouco.
Quer tudo. Sempre tudo.
Caminhos estranhos ela percorre.
Carrega consigo suas verdades, dúvidas e contradições.
Não tem pressa de chegar.
Pois sabe que a jornada é mais importante que o destino.
Certamente errante.
E por ser tudo que é, eu a amo.
Um amor absente do desejo.
Mas não menos completo.