Bagunça íntima
 
 
Num tempo amplo e calmo
Sem uma referência intencional
A bagunça atravessou
O meu tempo e instalou-se
Num sentido anárquico
Que marcava meu silêncio
Perdi as partes
De todos os meus versos
Senti o meu mundo despido
Nas curvas da noite
Meu sono não dormia
E numa sombra fria e escura
Vi os meus versos no degrau
Da lua que dourava a escada
Na esperança sagrada
Juntei palavras às avessas
Para recomeçar
Escrita num rastro de giz
Onde a cor da luz é íntima
Na vida que ainda vem
Pelas fissuras da porta
Desfiando em raios
As cores da pimavera


  

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Gernaide Cezar
Enviado por Gernaide Cezar em 15/10/2015
Reeditado em 10/06/2018
Código do texto: T5415325
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