Voa, coração indômito


Voa, coração indômito, pelo infinito, voa solo,
Cala o rufar deste coração dentro de meu peito,
Alcance-a, mesmo distante e deposite em seu colo,
Teu último pulsar infante, como prova de meu feito.

Voa, alma destemida, que voou célere pela vida,
Sem rumo, sem prumo, ao léu, sem destino,
Como barco à tempestade em busca de guarida,
Guiado a seu porto como sobrevivente clandestino.

Voa, alma inquieta, voa lépida como uma flecha,
Rasga as barreiras e músculos deste meu peito,
Dele extrai meu coração sofrido e a tanta pecha,
Por tanto amá-la e não mais tê-la em meu leito.

Voa, alma minha, voa! Voa, fuja e leva contigo
As lágrimas que assomam meus olhos tristonhos,
Por ver que esta alma amada não estará comigo,
No momento derradeiro, não viverá nosso sonho.

Voa, alma apaixonada! Voa por todo o universo,
Encontra-a e sussurra aos ouvidos dessa mulher,
Que em todo canto ouvirá o canto de meus versos,
Enquanto me restar vida, pelo tempo que Deus quiser.
LHMignone
Enviado por LHMignone em 14/10/2015
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