IMPRESSÃO

Começou com uma olhadela

para a folha de papel em branco.

Descrevo emoções.

Sou o que chamam poeta.

O texto de agora,

por muito me assombrar,

resolvi,

o que não é costume,

imprimi-lo,

na esperança de que,

materializando-o,

me desassombrasse.

O texto não é

fantasmagórico,

ao contrário,

é pueril.

Fala da “Internet”,

do “Facebook”.

Como é concebível lamentar ausências

que nunca foram presenças,

sentir falta de conversas

que nunca se travaram,

identificar tons de vozes

que nunca foram ouvidas?

Como pode um simples texto

sensibilizar até as lágrimas,

levar a um choro bom de alegria,

a soluços reprimidos, engasgados

em frente, não de um espelho,

mas de tela que deveria ser fria

e que emana “ondas” quentes

de enorme bem-me-quer ?

Era apenas uma folha

de papel em branco,

conhecida,

tecnicamente,

por A4.

Era.

Agora, não é mais.

Orlando Pimentel
Enviado por Orlando Pimentel em 14/10/2015
Código do texto: T5413937
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