IMPRESSÃO
Começou com uma olhadela
para a folha de papel em branco.
Descrevo emoções.
Sou o que chamam poeta.
O texto de agora,
por muito me assombrar,
resolvi,
o que não é costume,
imprimi-lo,
na esperança de que,
materializando-o,
me desassombrasse.
O texto não é
fantasmagórico,
ao contrário,
é pueril.
Fala da “Internet”,
do “Facebook”.
Como é concebível lamentar ausências
que nunca foram presenças,
sentir falta de conversas
que nunca se travaram,
identificar tons de vozes
que nunca foram ouvidas?
Como pode um simples texto
sensibilizar até as lágrimas,
levar a um choro bom de alegria,
a soluços reprimidos, engasgados
em frente, não de um espelho,
mas de tela que deveria ser fria
e que emana “ondas” quentes
de enorme bem-me-quer ?
Era apenas uma folha
de papel em branco,
conhecida,
tecnicamente,
por A4.
Era.
Agora, não é mais.