GRANDES NAVEGAÇÕES

No redescobrimento,

feito nos mares revoltos do facebook,

cometeu equívocos pequenos,

mas, desestabilizadores de “leme”.

O mais “labiríntico”,

não levar em conta

o meio século já passado.

Aquele não era mais o que conhecera.

Tinha biografia fechada,

embora, por ser “kósmico”,

estória aberta, escancarada.

Dirigiu-se, um deslize,

para entrar na biografia.

Usou rota confusa,

pendente dos ventos,

com luz de lua,

e mapas “internáuticos”.

Não contou com a “calmaria”,

não achou onde aportar.

A solicitude e o tempo

trouxeram-lhe o “mar de Almirante”

que lhe possibilitou o entendimento,

permitiu-lhe o refazer-se,

reorganizou-lhe as emoções.

Constatou apenas,

coisa boba, corriqueira,

não ter percebido

a sutil e poética diferença

entre “querença”,

ato de querer,

apego,

e “querência”,

coisa do coração,

saudade instintiva,

quase animalesca,

do rincão onde nasceu.

Vencido o "Cabo das Tormentas",

corrigiu a rota;

rumo ao da "Boa Esperança".

Aí, então... sossegou.

Orlando Pimentel
Enviado por Orlando Pimentel em 14/10/2015
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