bolhas que saem das bocas

bolhas que saem das bocas

e escorrem entre os sulcos e os poros

escrevem poemas tensos que

nunca memorizados

fazem-se canções de desejos

bocas que poemisam vontades

são verbos que desenham escândalos

como poros que estouram bolhas

e carregam o que delas permanece

os alertas para o olhar

bocas bolhas e fonemas como

sínteses amorais dos desejos

propõem cantos ao cotidiano