me despem os ares da poesia

o vento da poesia me enverga

me despe,

me dopa,

me arrepia,

me desvirgina,

me amenino diante dos seus faróis

diante do suas matizes, me inundo sem soberba,

diante dos sepulcros dos descasos,

mergulhos nas asas da poesia

me nutro com os músculos da poesia

e irrigo meus caminhos, minha estradas,

meus desertos, minhas incertezas,

e sigo caminhos rumo ao cais,

sem varais inúteis, sem as caricias dos ventos ligeiros...

bebo com sede,

como com fome,

me dispo diante dos seus vértices

diante de tuas caras avermelhadas pelos suspiros

que de ti em sintonia se esvai

rumo aos destinos

que se perpetuam

por entre os dedos

do deus tempo que se tatua na minha alma

com as digitais dos meus dedos que gozam a minha alma com os arrepios vivamente límpidos

como os segredos que gestam poesias

Raimundo Carvalho
Enviado por Raimundo Carvalho em 11/10/2015
Código do texto: T5411200
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