me despem os ares da poesia
o vento da poesia me enverga
me despe,
me dopa,
me arrepia,
me desvirgina,
me amenino diante dos seus faróis
diante do suas matizes, me inundo sem soberba,
diante dos sepulcros dos descasos,
mergulhos nas asas da poesia
me nutro com os músculos da poesia
e irrigo meus caminhos, minha estradas,
meus desertos, minhas incertezas,
e sigo caminhos rumo ao cais,
sem varais inúteis, sem as caricias dos ventos ligeiros...
bebo com sede,
como com fome,
me dispo diante dos seus vértices
diante de tuas caras avermelhadas pelos suspiros
que de ti em sintonia se esvai
rumo aos destinos
que se perpetuam
por entre os dedos
do deus tempo que se tatua na minha alma
com as digitais dos meus dedos que gozam a minha alma com os arrepios vivamente límpidos
como os segredos que gestam poesias