POR UM TRIZ
Por um descuido,
O que parecia sólido
Tornou-se fluido
E diluiu-se nos rios da vida,
Dividindo-se em afluentes,
Buscando novas vertentes,
Afastando-se da nascente,
Sem que, no entanto, se curasse a ferida...
Sem que, sequer, cicatrizasse a chaga...
E o fogo perene me consome e não se apaga,
Tornando-se cada vez maior...
Ai! Que pena... Que dó!
Por uma inconsequência
Vivo em eterna carência...
Por um desafortunado acaso,
Vi, do nosso amor, o ocaso,
Lamentando e constatando
Que, por um triz, eu quase fui feliz...