Gula de luar...
O meu olho nasceu com enorme gula de luar.
Ninguém lhe ensinou, nem foi da lua o mistério:
numa noite, do nada, esse olhar se prostrou para lua.
E quase foi preciso uma bruxa e porção para fazer
este olhar se soberanizar e seguir vida de homem...
É que de tanto viço do meu olho para a lua, a boca deu-se
de silenciar; o coração de aloucar-se, e tudo virou poesia!