Os farrapos do Andarilho
Cansado,
Arrasto o manto esfarrapado
Que me deram quando cheguei aqui.
Ja se foram muitos anos
-poucos, perto da velhice do mundo-
De sol de chuva,de noites sem dormir.
Quando olho o caminho
Até agora percorrido,
Vejo as marcas dos meus pés
que ficaram como registros.
Sapatos há tempos que não os uso.
Não cuido mais da aparência,
meus cabelos não param de crescer.
Não deixe filhos até aqui,
Nem sei se posso.
Já tentei devolver o bilhete
que vem junto com o manto,
Mas não consegui.
Cada passo é um suspiro,
Por demais pesado.
Paro de novo
Para desabafar.
Mas não há casa que receba
Um andarilho sujo e cansado.