A Menina à Janela

estava a menina à janela,

como sempre seus dias

a observar as nuvens, o sol

no seu quarto triste.

tão feliz ja fora

este quarto,

quarto infatil,

criança feliz nele ria

tantas cores ja pintaram

o quarto da menina triste,

tantas cores ja brincaram

no quarto da menina.

mas hoje, tão madura

e triste menina!

fica à janela a lembrar

à observar os dias.

a chuva cai...

à janela estava a menina...

via ela a chuva tocar a janela

e ela tão afastada do toque da chuva...

como criança, então ela se lembrou

de como corria feliz,

tão sorridente e contente,

à chuva que caia.

mas tão triste hoje ela

à janela observa cada passo da chuva,

o vagaroso cair,

a falta de tudo o que tinha

ah! menina! Ah menina!

volte ao tempo de criança!

corra até a chuva

lembre-se dos mais belos dias!

Voou a menina, à descer as escadas,

à buscar as chaves,

à abrir a porta, e esquecer de tudo

e deixar-se molhar pela chuva.

O que mais, menina, podia querer?

já lhe é tão belo

o dia que a ti se fez

não é tão bela a chuva que a ti cai?

Menina, menina...

tão inocente, hoje

corre pela chuva

se molha inteira...

ah! suave chuva, que lhe toca

a face palida,

e mais bela de todas

as faces!

Chuva! chuva!

conte ao poeta

como é

tocar-lhe a face!

Menina! Menina!

Que sorriso que agora te aparece

que felicidade agora

esbanja teu coração!

Menina! Menina!

é o sonho! é a ilusão!

é o tempo de criança!

que te invade o coração!

Ver a chuva cair,

não desvanece teu coração?

não te faz lembrar

do poeta que morre de paixão?

ah suave chuva!

que molha a face da menina!

agora, chuva!

se mistura às lagrimas!

Ah! menina! tantas lagrimas!

tanta chuva! tanto amor!

tanta saudade! tanto pesar!

a chuva se mistura a tuas lagrimas!

O que é lagrimas, menina?

o que é a chuva, menina?

teu rosto tão belo

mistura todas as tintas.

como o mais precisoso

aritsta! pintor! Arquiteto!

que as tintas mistura! a criar novas cores!

assim teu rosto!

ah! menina! ah! menina!

que tristeza tras teus olhos!

que brilho! que aurora!

agora tão apagada...

triste semblante traz teu rosto

triste a lembrança

triste o saber

que tudo jamais voltará!

candida menina!

teu sorriso!? para onde foi?

candida menina!

teu brilho!? para onde foi?

esqueceu a alegria

passou os dias...

pobre menina!

ja se foi a felicidade!

Ah! maldita felicidade!

Ah! maldita alegria!

Maldito sejam todos!

por que abondonaste à pobre menina?

Ver a grama, tão verde!

a chuva à saciar sua sede!

então menina! deita-te nesta grama!

como no tempo de infancia!

ah! pobre menina, deitou-se na grama

como o tempo de criança!

como na infancia assim fazia

banhar-se nas poças...

ah! menina! tão bela és!

Ah! menina! tão suave toca a grama!

tal toque... que lhe traz lembranças!

tal toque que lhe traz a infancia!

lembra-se menina?

te lembras do tempo

em que juntos deitavamos nesta grama?

e juras de amor faziamos?

ah! menina! lembra?

lembra de tal rosa que tanto admiravas?

o mais belo amor perfeito

que a ti florecia?

menina! menina!

que triste olhar!

que triste tua face está!

o que foi?

não via mais a menina

as flores que a infancia

floreciam por sua beleza,

por seu amor!

as flores que pintaram sua vida!

as flores que te faziam sorrir!

as flores que a paisagem completavam!

tão belo quadro! se lembras?

tantas lagrimas menina!

tantas lagrimas de lembranças!

tanto amor que teve!

tanta falta que sente!

ah! teu braço se estende!

tua mão, incessante procura!

as mãos deste poeta!

que ja não pode corresponder!

ah! teu coração então grita!

ah! teu coração então aflinge!

ah! teu coração então se lembra!

Ah! teu conrção então se desfaz!

ah! bela flor! bela flor!

teu coração é!

mas agora! maldito vento de outono!

te faz cair as petalas!

Arranca as petalas teu coração!

arrancalhe a mais bela flor!

que por tanto tempo cuidaste!

que por tanto tempo amou!

ah! menina! ah! menina!

teu olhar que não brilha!

perdeste na infacia

o amor que te tinha!