O ASSALTO

Vinha chegando na rua de sua casa/

Cansada do trabalho/

Preocupada com a fome dos seus filhos/

E do nada, saltaram/

Saltaram da bicicleta/

Três assaltantes/

Com a arma nas mãos/

De um grito a moça/

Pede socorro/

Um estouro se ouviu/

Sem de onde identificar/

Vê-se alvejado no chão/

Um dos bandido gemendo sem cessar/

Enquanto os outros fugiam/

Em meio ao tumultuo/

Vê-se que é um garoto/

Em pranto, clamando perdão/

Mas sem tomar conhecimento um homenzarrão/

Lhe planta a mão no rosto/

A dor faz o menino gritar/

Em meio a muitos outros gritos/

De indignação ou raiva/

Fazem surgir um mutirão/

Sem qualquer compaixão/

Batendo sem parar/

Duas ou três horas depois/

Quando a polícia chegava/

Fala por si o sangue no calçadão/

A moça nervosa/

Não sabe aonde ir/

Toma um copo de água/

Oferecido pela população/

Segundos depois soube-se/

Que o jovem faleceu no posto/

Ninguém tomou providências/

E os outros, fugitivos juraram vingança/

Enquanto a moça e a população/

Andam se escondendo/

Sentenciados a uma prisão/

Essa é a situação/