A vida que vivi
As vezes me vejo pensando
nas proezas que já vivi.
Já fui fruto do amor
de pobres pais eu nasci.
Fui de choupana a bela casa,
de pé descalço a sapato marfim
de algodão roto poucas vestes,
até seda me cobri.
Cama no chão era muito,
bom era inverno quentinho,
na cama cheirosa que dormi.
Barriga grande de bicho,
ficou no passado esquecido.
Da vida boa, eu tive tudo que foi prometido.
No amor, senti muito intenso,
de bons beijos não esqueci.
Na vida vivo assim, celebrando o que foi me dado.
Do passado, não tenho saudades,
pois sou assim desde que nasci.
Se mereço? não pergunto,
Deus que sabe o que mereci.
Já fui pedra, cimento e ar.
Agora sou uma porção extra de felicidade.