NO ALPENDRE, DE MANHÃ

Antonieta Lopes

Quando escrevo os dois cães que tenho ao lado

Não latem, não se mexem, compreensivos,

Não andam como alguém preocupado

Com seus ternos, chapéus e adesivos.

De vez em quando lançam-me um olhado,

Sem se tornarem meio introspectivos,

Seu ego pequenino preocupado

Pra que eu alcance os meus objetivos.

Incrível o bom senso do animal,

De tanta compreensão até duvido

Mais do que das pessoas, afinal?

Assim toda manhã o meu sentido

De volta pra o que escrevo na total

Quietude do animal calmo e entendido.

Antonieta Lopes
Enviado por Antonieta Lopes em 08/10/2015
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