LIRISMO CRÔNICO
Querem me internar.
Dizem que estou doente
que não vejo a realidade
e tenho ideias transversais.
Dizem que há muito tempo
ando falando com as nuvens
vendo rastros de borboletas
ouvindo o cair de tardes
sentindo cheiro de brisas
dentro de latas furadas.
Eu os entendo.
Não sabem que sou poeta
que vejo o que eles não veem
sinto o que eles não sentem
que navego nas metáforas
e me visto de auroras
para poder viver.
Eu os perdoo
porque não sabem
que me alimento de palavras
e me sacio de silêncios.
Que preciso de poesia
para não adoecer
e a realidade que canto
é aquela que eu invento.
Ah, eles não sabem.
Pensam que vão me curar.
Que pena
estão confusos!
Nem imaginam
que sinto lirismo crônico
e para poesia
não há remédio,
nem parafusos.
(Do livro: ENTRELINHAS)
Querem me internar.
Dizem que estou doente
que não vejo a realidade
e tenho ideias transversais.
Dizem que há muito tempo
ando falando com as nuvens
vendo rastros de borboletas
ouvindo o cair de tardes
sentindo cheiro de brisas
dentro de latas furadas.
Eu os entendo.
Não sabem que sou poeta
que vejo o que eles não veem
sinto o que eles não sentem
que navego nas metáforas
e me visto de auroras
para poder viver.
Eu os perdoo
porque não sabem
que me alimento de palavras
e me sacio de silêncios.
Que preciso de poesia
para não adoecer
e a realidade que canto
é aquela que eu invento.
Ah, eles não sabem.
Pensam que vão me curar.
Que pena
estão confusos!
Nem imaginam
que sinto lirismo crônico
e para poesia
não há remédio,
nem parafusos.
(Do livro: ENTRELINHAS)