Refúgio de augustas horas
Corroído me sinto agora
Com pensamentos anoitecidos
É dor que não vai embora
São sonhos esquecidos.
Me trancafio refugiado,
Buscando alguma bela lembrança;
Sei que nunca fui amado,
Nunca tive esperança.
Já nada me consola
Ante vida tão miserável,
Solidão que me assola
Em meu ego deplorável.
Rondo o tempo que me chega
Enquanto espero minha amarga hora,
Obra o silêncio que me seca,
Depois a morte, que me devora.