Descaminhos da Ilusão

Se conspira um sonho de primavera

para libertar a musa dos seus invernos,

a ilusão se aconchega e espera...

Espera o quê?

Que a esperança se vista

da certeza do acontecer...

São remotos os caminhos para os corações suspirosos...

Então, nos descaminhos das sombras soluçantes,

o poema clareia uma estrada louca,

onde os versos e palavras, velozes e cantantes,

beijam no escuro da ilusão as ardentes bocas

e tateiam a pele de desejos pulsantes.

Para alguém, ferido de desesperança,

a poesia oferece um seguro descaminho,

onde o impossível, calçado de versos, avança...

Quem o aceita, faz da ilusão a sua matéria-prima

para a reinvenção de uma realidade,

onde um sonho com uma ausência rima!...

Santiago Cabral
Enviado por Santiago Cabral em 05/10/2015
Código do texto: T5404954
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