Descaminhos da Ilusão
Se conspira um sonho de primavera
para libertar a musa dos seus invernos,
a ilusão se aconchega e espera...
Espera o quê?
Que a esperança se vista
da certeza do acontecer...
São remotos os caminhos para os corações suspirosos...
Então, nos descaminhos das sombras soluçantes,
o poema clareia uma estrada louca,
onde os versos e palavras, velozes e cantantes,
beijam no escuro da ilusão as ardentes bocas
e tateiam a pele de desejos pulsantes.
Para alguém, ferido de desesperança,
a poesia oferece um seguro descaminho,
onde o impossível, calçado de versos, avança...
Quem o aceita, faz da ilusão a sua matéria-prima
para a reinvenção de uma realidade,
onde um sonho com uma ausência rima!...