O QUANTO DA IDADE DO OUTRO
O QUANTO DA IDADE DO OUTRO
MUSICA DE LEITURA: GISELA JOÃO - MADRUGADA SEM SONO
O mármore andava
como que passado
deva andar
na solidão riscado
são marcas de galhos caídos
de uma raiva infantil
de marcar seu lugar
no tampo tão louco
presente rouco
de quem chorava perto dele
devo envidraçar
paisagem favorecida
das minhas lágrimas
devo guardar
das sombras assustadas
que vem prestar
forças ao demônio
de suas troças
devo ficar aqui
sangrei durante anos
penso que ainda
ouço sua voz quieta
dizendo que a neta
parecia uma conhecida
parecida com tua esposa
com este rosto
de quem quando moço
nunca acreditei
pensei deveras ter partido
estava de certo
invadindo
alheio de cultura singular
tenho muito pouco
mas meu sonho
verte aromas que me acalmam
procurei este sonho
por isso devo florir teu canto
nova cama caída sobre terra
que a terra saiba
do quanto não nasceste
a este fim
que o fim sobe aos ares
sobre um céu de estrelas
além delas no infinito
onde sorrindo
plantará tua eternidade
como planto esta verdade
em flor
bem aqui perto de ti
HOW THE OTHER AGE
Marble walked
as if past
should walk
scratched in solitude
are trademarks of fallen branches
of children's anger
to mark their place
in so crazy top
husky gift
who was crying next to him
I glaze
favored landscape
my tears
I keep
the frightened shadows
next pay
forces the devil
their mockery
I stay here
I bled for years
I think even
I hear his quiet voice
saying the granddaughter
It seemed a known
like your wife
with this face
who as a young man
I never believed
I thought indeed be gone
I was right
invading
oblivious of unique culture
I have very little
but my dream
sheds aromas that soothe me
I sought this dream
so should your flower corner
New fallen bed on land
that the earth may know
how much were not born
to this end
the end rises into the air
on a starry sky
beyond them at infinity
where smiling
will plant your eternity
as plant this truth
flowering
right here next to you