Miragens
Gosto de passear por sonhos,
imiscuir-me em esperas alheias
que vêm de tempos antanhos
que desde o berço semeiam
Sonhos recém concebidos
Escondidos por sonhos antigos
novos, iminentes e paridos,
difusos, volúveis e ambiguos
de todos, esperar é a crença,
é nossa virtude original
que o batismo na vida apensa
e se encerra em berço sepulcral
Parceria e fortuna, num eldorado
Apoteóticos, e por vezes parcos
Injustos, quantos deixam de lado
Quem deveria seguir no barco
O sonho projeta realização
Por vezes, sem planta ou alicerce
Sabendo ter esperado em vão
Pois o real com ele não aquiesce
Quantos não acordam, só para sonhar
querendo com brumas erguer castelos
juntando folhas secas com rastelos
Vivendo todo um sonho...a sonhar