Miragens

Gosto de passear por sonhos,

imiscuir-me em esperas alheias

que vêm de tempos antanhos

que desde o berço semeiam

Sonhos recém concebidos

Escondidos por sonhos antigos

novos, iminentes e paridos,

difusos, volúveis e ambiguos

de todos, esperar é a crença,

é nossa virtude original

que o batismo na vida apensa

e se encerra em berço sepulcral

Parceria e fortuna, num eldorado

Apoteóticos, e por vezes parcos

Injustos, quantos deixam de lado

Quem deveria seguir no barco

O sonho projeta realização

Por vezes, sem planta ou alicerce

Sabendo ter esperado em vão

Pois o real com ele não aquiesce

Quantos não acordam, só para sonhar

querendo com brumas erguer castelos

juntando folhas secas com rastelos

Vivendo todo um sonho...a sonhar

Roberto Chaim
Enviado por Roberto Chaim em 04/10/2015
Reeditado em 04/10/2015
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