VAGAS
VAGAS
Vaga a procura de vagas
Mas vagas não há
E o arroz e o feijão
Assim como o pão
Vão acabar
E vagas não há
Quem sabe um bico
Que dê pro leite
Pra na mamadeira de bico
O filho em deleite chupar
Antes que acabe
O bico e vire pedinte
Pois vagas não há
E o maior acinte
É não poder trabalhar
E vagar
Cada vez mais devagar
A procura de vagas
Mas vagas não há
E ver a vida desmoronar
As crianças sem comer
Quiçá estudar
Mas vai encontrar vagas
Onde sempre há
Na lápide escrita
Num chão de terra batida
Aqui jaz Zé João
Que procurava vaga
E a encontrou
E tudo ficou melhor
Pior
Para quem ficou