FLASHES
FLASHES
Os pés pisam sem medo areia quente
Quase fervente
A casca é grossa do andar descalço
Resiste tranquilo o chegar a beira mar
Sente o frescor que sobe da base
Até a cabeça coração
E começa a caminhada chutando ondas
Catando conchas e ouvindo a sinfonia
Das águas desaguando na praia
Agora passado tanto tempo
Os pés são frágeis
Não resistem a quentura
Estão há tempos calçados
A pele é finamente delicada
Por anos de escondimento
Em tênis com e sem marca
Mas há uma marca
Ali na estante
A concha em espiral
Que coloca no ouvido
Apanhada um dia
Numa praia que
Não é mais a sua
Mas que indelével soa
Quente como areia quente
Quase fervente
Espraiando frescor de ondas
A beira sem mar
Sem pés nem cabeça