QUE TEMPOS

QUE TEMPOS

Flores malcheirosas

Continuam a florir

Nesta primavera Brasília

Que um dia foi esperança

De desbravamento

De alimento ao córtex

Que mau usado

Virou esquizofrenia

Ápice da vilania

E da região central

Espalhou-se a primavera

Bem brasileira

Com flores opacas

Quase mortas

Ao lado do caixão

Onde vive catatônica

A esperança

Esperando uma flor

Que nasça sobre os escombros

E que tire dos ombros

O fardo primaveril

Que não seja mais um

Primeiro de abril

Seja apenas uma estação

Bela e florida

Revivendo das cinzas

Revigorada repleta de pétalas

Que não serão despetaladas

Arnaldo Ferreira
Enviado por Arnaldo Ferreira em 03/10/2015
Reeditado em 03/10/2015
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