QUE TEMPOS
QUE TEMPOS
Flores malcheirosas
Continuam a florir
Nesta primavera Brasília
Que um dia foi esperança
De desbravamento
De alimento ao córtex
Que mau usado
Virou esquizofrenia
Ápice da vilania
E da região central
Espalhou-se a primavera
Bem brasileira
Com flores opacas
Quase mortas
Ao lado do caixão
Onde vive catatônica
A esperança
Esperando uma flor
Que nasça sobre os escombros
E que tire dos ombros
O fardo primaveril
Que não seja mais um
Primeiro de abril
Seja apenas uma estação
Bela e florida
Revivendo das cinzas
Revigorada repleta de pétalas
Que não serão despetaladas