LILITH EU NASCI DAS CINZAS
LILITH EU NASCI DAS CINZAS
Música de leitura: UFOMAMMUT - EMPIREUM
As pradarias reservam
as noções do velho candelabro
que se mantém aceso
desde a morte da vítima nascida
foi contada esta história
e todos conheciam
era uma menina
que gostava de ver o mundo
sem que o mundo
pudesse vê-la
num canto da estrada velha
numa casa velha
nos fundos
ficava no sótão entre finuras
finas luzes
casa folha que passava
casa cor tinha um nome
pra desenhar nas paredes
até onde a corrente
pudesse deixar ela ir
o covarde lá em cima
que via tudo nascer
crescer e florir
sentia o aroma da chuva
o quieto balanço
das nuvens sobre a lua
era o verdadeiro monstro
no quadro pintado de santo
quem o visitava
quem sabia dela lá embaixo
porque ela não sentia
a mesmo vontade
que aquela comida farta
em cima da mesa
que na tarde ficava
por cima das frestas
pingando sangue
queimado das ovelhas
das centenas de vezes
que pingavam outras
coisas
em orgias sádicas
do mal que faziam
em deixá-la
numa sala feita de escuro
sua morte foi enterrada
ao pé de uma árvore
no lago que regava
nas margens
a grama num tom escuro
uma pedra posta em cima
arredondada
uma pedra nada escrita
apenas um sinal
de certo um mal havia
que o símbolo astral
pertencia a Lilith...