ENCANTO

O encanto não é mistério,

ele está real nas saliências dos traços

anaglíficos, tridimensionais do vai-e-vém

dos versos,

que na poesia revela o clamor

invísivel da alma...

O amor sai da abstração,

torna-se visível, muitas vezes doentio,

qunado sob á égide da vaga implacável

da destrição,

transforma-se em paixão

e não consegue permanecer amor...

O encanto não é mistério,

é o amor sem ilusão, quando real...

É a sístole e a diástole que faz pulsar

forte coração...

Num cruzar de olhar

ruborizam-se as fisionomias,

é o sangue a extravazar

os corações,

pela força da pedra sísmica,

indestrutível do amor...

Quando há um erro de percurso,

e, por alguma circunstância

interfere nos liames do amor,

fere esse coração com os dardos

da desilusão...

Mas ficam indeléveis na alma

as marcas do verdadeiro amor

como um troféu,

às vezes, sem aparente valor...

Mas cravos inarrancáveis

mantém esse amor

no cerne imaginário, abstrato,

do coração...

Pode ser outra a realidade,

mas o amor indelével fluirá

e se manifestará na tristeza

da saudade.

Tarcísio Ribeiro Costa

Tarcísio Ribeiro Costa
Enviado por Tarcísio Ribeiro Costa em 25/06/2007
Código do texto: T540271