Poema
Um corpo deitado na relva dourada,
alguém que repousa
na inércia de si.
O vento que agita a relva,
agita os arvoredos
e a roupa,
que, embora indubitavelmente plena do seu corpo de pano,
também é a língua do vento,
o verde dos arvoredos
e o tato áspero da relva.
Envolvido pela divisa indistinguível
que delimita a matéria,
tudo funciona individualmente.
Mas, como numa máquina de totalidade,
o mundo floresce,
fruto de uma lhana e mútua consequência
de todos os elementos direcionando tudo o que têm para dentro de si.