O Errante

Viciado/

Na liberdade que não sei usar/

Me torno prisioneiro/

Sem sequer do chão voar/

Deixei minha casa/

Deixei coisas/

Não tenho lar/

Amo tudo inconteste/

Mas como Midas/

Tudo que toco amaldiçoo/

Por isso sigo em frente sem pros lados olhar/

Procuro nas sombras as respostas para amar/

Mas quando em silêncio/

Falando com as lágrimas/

Que me acompanham nas viagens abertas/

Ouço dizer o vazio, em sua versão/

Latente em meu peito/

Que essa é a minha sina/

Não tem perdão/

Sou passageiro da solidão/

E que mesmo, que ouse tentar a liberdade/

A inquietude jamais abandonara a alma/

Afinal nessa vida,

Não aprendi a ver com o coração/

Por isso, talvez os meus pés/

Sejam a minha fiel estrada/