De verdade
Quem sou eu na poeira
quando abro as minhas veias?
Cheio de terra seca sou
Tenho alma de cometa
Sou de resto na sarjeta
Tenho sol vivo brilhando
Nas pontas dos dedos
No traço do meu riso
Na tinta das minhas canetas
Sou valor do que não vale
Não tenho nem voz
para que se cale
Quem sou eu nessa poeira?
Quem sou nessa umidade?
Quem dera que eu fosse
Ao menos uma parte da metade
Para me descobrir sorrindo
Um sorriso duradouro
Sendo em mim toda a verdade