julie delpy

lá está ela: francesa despenteada

a se auto-fotografar em cada olhar calculado

com aquela cara de inocente – e inocente de fato

com o cinismo

e a traição das mais inteligentes fêmeas

sincera e cínica, é o que ela é

mas, fazer o que? se a vida é cálculo...

se o amor é xadrez

se a viagem de trem de celine

tem algo além: a busca do fim do túnel

a espera do novo a cada nova estação

a pele, cada nova sensação

os olhos, cada novo vislumbre

cada contemplação inquieta

mas que fim tiveram jesse e celine?

com que bagagem mental

teria jesse voltado pra casa?

ele, que escrevera um romance por sua causa

ele, que a amou desde viena

ele, que a amou, secretamente –

e isso é segredo até pra ele – desde o trem...

ela, a mais linda das despenteadas.

Luciano Fortunato
Enviado por Luciano Fortunato em 25/06/2007
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