O romance do soldado Arão com Léa, a mulher do capitão

De dentro do Regimento, o inferno esverdeado

Livrou-se do enfardamento, pra ir até o povoado

Depois de deixar o Sargento de longe e sem opção

Saiu do alojamento disfarçando estupidez

Deu o golpe no coitado logrado por outra vez

Sem perder muito tempo ganhou a estrada o Arão

Seguia desenfreado, pois já se passavam das três

Tomava cuidado o Arão com seu campo de visão

Quem sabia o seu desejo e sua real avidez

Não havia sentimento, vontade e nem altivez

Uma mulher dos diabos lhe havia enfeitiçado

Pelo doce do teu beijo maldito feito poção

É mais um mau comportamento do seu jovem coração

Banhou-se em água de cheiro, e pôs um traje descolado

Que nem filho de barbeiro tava todo perfumado

E cego pelo encantamento dessa Medeia talvez

Quanto mais Arão pedia pra se livrar da paixão

Mais ficava entrelaçado pela sua insensatez

Feito inseto no visgo pela teia que ela fez

Arão era a marionete que Léa tinha na mão

E sente arrependimento em momentos de lucidez

Arão era apenas soldado; Léa, a mulher do capitão

É que o relacionamento é crime que não tem vez

Que não é simplesmente julgado por insubordinação

Mas há de ficar atento e nem morto será poupado

de um coração enganado e por sua impavidez

O ego contrariado se esquece da razão

Com sede de vingança e ferido de ingratidão

Mataria o soldado na mais tênue placidez

Pagando com bala e sangue o preço da traição

Se confunde no momento quando seu rosto pintado

Que esconde a palidez, se encontra com sua mão

Léa é uma mulher de deixar até trem parado

Pedaço de mau caminho de um metro e sessenta e três

Muito bem distribuído, um projeto de avião

Deixando desembestado o coração do Arão

O corpo que deita ao seu lado nu e umidificado

Deixando excitado o insaciável Arão

Após delicioso momento de prazer consolidado

Arão sai desesperado deixando Léa no chão

Chegando ao Batalhão, dribla o Sargento outra vez

E como um simples soldado misturou-se ao pelotão

Paulo Cezar Pereira
Enviado por Paulo Cezar Pereira em 30/09/2015
Reeditado em 10/05/2018
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