O romance do soldado Arão com Léa, a mulher do capitão
De dentro do Regimento, o inferno esverdeado
Livrou-se do enfardamento, pra ir até o povoado
Depois de deixar o Sargento de longe e sem opção
Saiu do alojamento disfarçando estupidez
Deu o golpe no coitado logrado por outra vez
Sem perder muito tempo ganhou a estrada o Arão
Seguia desenfreado, pois já se passavam das três
Tomava cuidado o Arão com seu campo de visão
Quem sabia o seu desejo e sua real avidez
Não havia sentimento, vontade e nem altivez
Uma mulher dos diabos lhe havia enfeitiçado
Pelo doce do teu beijo maldito feito poção
É mais um mau comportamento do seu jovem coração
Banhou-se em água de cheiro, e pôs um traje descolado
Que nem filho de barbeiro tava todo perfumado
E cego pelo encantamento dessa Medeia talvez
Quanto mais Arão pedia pra se livrar da paixão
Mais ficava entrelaçado pela sua insensatez
Feito inseto no visgo pela teia que ela fez
Arão era a marionete que Léa tinha na mão
E sente arrependimento em momentos de lucidez
Arão era apenas soldado; Léa, a mulher do capitão
É que o relacionamento é crime que não tem vez
Que não é simplesmente julgado por insubordinação
Mas há de ficar atento e nem morto será poupado
de um coração enganado e por sua impavidez
O ego contrariado se esquece da razão
Com sede de vingança e ferido de ingratidão
Mataria o soldado na mais tênue placidez
Pagando com bala e sangue o preço da traição
Se confunde no momento quando seu rosto pintado
Que esconde a palidez, se encontra com sua mão
Léa é uma mulher de deixar até trem parado
Pedaço de mau caminho de um metro e sessenta e três
Muito bem distribuído, um projeto de avião
Deixando desembestado o coração do Arão
O corpo que deita ao seu lado nu e umidificado
Deixando excitado o insaciável Arão
Após delicioso momento de prazer consolidado
Arão sai desesperado deixando Léa no chão
Chegando ao Batalhão, dribla o Sargento outra vez
E como um simples soldado misturou-se ao pelotão