Inverso do verso

Eu escrevo

E não para quê senão ser lida?

O porquê de tantas coisas ainda me é desconhecido

Eis um bom por que deu não sabê-los:

Eu não os busco o compreender, apenas vivencio-os.

Pouso meus dedos sob o teclado, caneta, lápis e papel e os deixo correrem soltos, ora fazendo baralhos no teclado, oras chiando a caneta.

Assim é a maioria de versos, e inversos de mim saídos,

São meros acasos de tudo que em mim vive, esconde, mora, sufoca, transborda ou mata.

Assim a cada dia um novo morrer e renascer.

Não por amores românticos de humanos,

Não por dores mundanas e amenas,

Não por carências e sofrências,

Mas por sabe-se o quê, além disso, e ainda por tudo isso.

Oras bolas, que confuso os são, versos de menina vivendo déjà vu constantes.

Versos insanos?

Esperando sempre um retorno, um aceno, esteve o tempo todo na plataforma,

Tinha medo de embarcar naquele trem, mas ouviu-se repetidamente, não tenhas medo, não temas, não se deixe aprisionar pelo medo;

E então jogou-se de um susto num vagão qualquer e decidiu viajar nesse trem impetuoso, barulhento, desgovernado por vezes,

Mas nunca mais iria ficar parada na plataforma, vendo a mesma paisagem sempre cinza, suja e solitária.

By Lilyth Luthor

Lilyth Luthor
Enviado por Lilyth Luthor em 29/09/2015
Código do texto: T5398561
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