O Rapaz

Assentado num bar/

Apreciando a brisa do rio Mar/

Passou um jovem/

Com o rosto avermelhado do sol escaldante/

Segredando consigo/

Sem nenhum padrão/

Com as roupas sujas de algum chão/

Veio ao bar pela necessidade de um pão/

Sob desaforos o dono falou que não/

Tentei intervir/

Mas a comunicação foi em vão/

Ele sem dizer nada seguiu sem uma direção/

Alguns de opinião/

Julgaram-no como drogado, vagabundo e outras visões/

Aquartelado no meu canto/

Covardemente me deixei intimidar pela inquisição/

Mas no intuito de me redimir/

Fiquei pensando/

Tentei entender onde começa o erro/

Imposição ou Opção/

Um jovem merece tal excreção/

Quem de fato poderia se preocupar com o cidadão/

A família ou a nação/

Quantas cabeças estão se perdendo/

Pessoas adoecem e feito zumbis caminham/

Não há uma preocupação/

O olhar que cuidava/

Passado décadas/

É o mesmo que discrimina ou mata/

Acredito que não é o coração/

Mas o proselitismo da razão/

A desordem das coisas/

Há muito que não se vê além dos bens/

Do que se pode ter e oferecer com uns vinténs/

A água da chuva e o sol/

Vem em nossa porta/

As flores e os pássaros tentam harmonizar a vida/

Dizendo em seus versos puros, que o amor/

É á única moeda de troca/

Mas de tanto, que parece igual/

Que é descomunal/

E esse mal, que nos seca e nos emudece/

Faz-nos colocar em risco a civilização/

Quando já nem sabemos/

Agradecer/