Houve um tempo

Um homem saiu para procuras utópicas

Longe de pessoas estigmatizadas

Com tatuagens internas do interesse e da cobiça;

Focou os fulanos que não apontam dedos,

Vivem livres de julgamentos,

(amores, famílias, conhecidos – pérfidos);

Vivem presos a coisas próprias,

(autoconhecimento).

Houve um tempo que a vida era quente,

Saborosa, bem passada, ou ao ponto, ou al dente.

A vida abraçava o fulano, ofertando beijos,

E nesses beijos o vendava;

Ao invés do breu ele assistia a um filme,

Sentia o vento, saboreava vinho,

Vida com ritmo, alegria entorpecente.

Fulano se conhecia muito bem...

Defeitos – qualidades

Força – fraqueza.

Foi um homem como muitos outros,

Apenas não desistiu, não entregou o jogo.

Cresceu, mas continuou criança,

Seguiu na andança além dos delinquentes.

Gostava dos paradoxos da vida,

Das antíteses do ser, do estar, do viver;

Gladiava-se com algumas sombrias sombras

Festejava com algumas brancas brumas.

Houve um tempo e esse tempo se foi.

Há o hoje com pintura, com moldura,

Com belo verniz e cores vivas.

Tela pendurada na muralha,

Com solidez...

Pois no presente há a arte armada até os dentes.

André Anlub

(20/1/15)