O VELHO

Nasci ontem,

Hoje estou vivendo,

Passivo, a vida me ver passar,

E amanhã a morte chegará.

Bem de manhã,

Não haverá vozes,

Apenas o dia por fitar-me,

E o sol por aquecer-me.

Do silêncio, a arrogância,

Do último suspiro de um velho,

Que no alvoroço da despedida,

Viu-se ainda moço.

Apenas a luz como testemunha,

E a alma como companhia,

Que logo órfão do meu corpo,

Inerte ficará.

Caminharei solitário,

Por entre o véu das estrelas,

E minha revigorada silhueta,

As nuvens irão moldá-la.

Ricardo Nunes de Sales
Enviado por Ricardo Nunes de Sales em 28/09/2015
Reeditado em 19/08/2016
Código do texto: T5397329
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